O homem que engana trocadores

Bom, hoje fui fazer uma visita a um amigo que mora perto da rodoviária, mas por um imprevisto precisei andar um pouco mais para ir ao Banco Real e sacar uma grana. Mas não é sobre isso o texto, então, vamos com calma e em partes.

Estava sentado no ponto de ônibus e chegou um cara estranho, mas pelo fato de não conhecê-lo, nada de preconceitos e coisas do tipo, porém, era mesmo meio diferente, falava muito, fazia uns barulhos estranhos, mas cada um com a sua loucura.
Conversa vai e conversa vem, ele me pergunta se “tal lotação já passou”. Como havia passado, eu o informei: “amigo, tem uns vinte minutos”.
Ele ficou um pouco desapontado e começou a falar de onde era. Sua cidade fica bem distante, cerca de umas duas horas de ônibus, sem contar que precisaria de dois.

Depois de algumas conversas sérias, ele veio me ensinado um macete para não pagar o ônibus. É o seguinte, ele andava com dois cartões de transporte, um carregado e o outro vazio. Fazia a viagem normal sentando no banco da frente e quando chegava próximo ao seu ponto ele passava o cartão, como estava zerado, o saldo insuficiente aparecia no registrador, e então, na conversa ele engana o trocador. Acho que o que ele fala não nos interessa.
Ele me disse que veio da sua cidade, pegando dois ônibus sem pagar nenhuma passagem e ainda voltaria do mesmo jeito.
Segundo ele, fazia isso por causa da companhia de transporte, que cobrava uma tarifa absurda e pagava muito pouco aos trocadores e motoristas.

Essa é a historia do cara, e isso me fez pensar uma coisa: que ser humano é esse que quer levar sempre vantagem em tudo? Será que somos todos assim?
Creio que nem todas as pessoas são ou agem dessa forma, ainda existem pessoas boas, que fazem tudo pelo próximo.
Quando eu chego em casa e encontro a mulher mais linda do mundo me esperando com aquele sorriso de criança, com aquele amor incondicional, aí sim eu vejo como as pessoas podem ser maravilhosas assim como minha mãe, que, muitas vezes, esqueceu de si, para ajudar o próximo.

Não vamos nos vender, não vamos nos render, vamos nos unir e juntos criar um mundo melhor.

Até a próxima!

João Fernanddes